Afinal, que túnel é o do carpo?
O túnel cárpico é um compartimento anatómico localizado na palma da mão, em que o seu “teto” é formado pelo ligamento transverso anterior do carpo, uma estrutura espessa e rígida. Dentro deste espaço estão os tendões flexores, responsáveis pelo dobrar dos dedos e o fecho da mão, e o nervo mediano, responsável pela inervação da mão e pela sua função motora e sensitiva.
Quando existe um conflito de espaço, a pressão interior aumenta e comprime o nervo mediano e os vasos sanguíneos, gerando-se o famoso síndrome do túnel cárpico. Os sintomas mais comuns são a sensação de formigueiro, pontadas e/ou queimadura na mão e dedos (sobretudo no polegar, indicador, médio e parte do anelar), dor noturna, perda de força e dificuldade em segurar objetos com a mão.
Esta síndrome pode ter várias causas, como doenças crónicas e autoimunes, mas a mais comum é a realização de tarefas diárias repetitivas com a mão, que provocam uma inflamação da bainha dos tendões, diminuindo o espaço disponível, gerando um conflito interno.
O tratamento mais usual consiste numa intervenção cirúrgica em que é feito um corte no ligamento para abrir o túnel, mas na maior parte das situações é possível eliminar os sintomas sem recorrer a esta solução invasiva. A fisioterapia convencional é indispensável, pois ajuda na diminuição da inflamação, na normalização das estruturas afetadas, e na libertação do sistema nervoso.
Mas, mais do que pensar e recorrer ao tratamento, é necessário apostar na prevenção! Este distúrbio pode ter recidivas e, se não tratarmos as suas causas, estas vão acontecer com frequência.
Nas tarefas diárias, sejam estas em casa ou no trabalho, é importante manter o alinhamento do punho, isto é, mantê-lo numa posição o mais neutra possível, sem desvios nem rotações. A intervenção ergonómica é uma mais-valia para que isto aconteça, apoiando a projeção/alteração de postos de trabalho, e melhorando a utilização de ferramentas.
Sempre que possível alterne tarefas e/ou membros, evite estar muito tempo a realizar o mesmo movimento com a mesma mão. Assim conseguimos diminuir a sobrecarga nas articulações e nos tendões.
É imprescindível também, manter uma boa capacidade de alongamento dos músculos do membro superior e de mobilidade do punho e da cervical, pois estão diretamente ligados com as estruturas cárpicas.
A realização diária de ginástica de alongamento e mobilidade não só atua no tratamento como também na prevenção desta lesão.
Experimente: