Unhas compridas: estilo ou risco para a sua saúde no trabalho?

estilo ou risco para a sua saúde no trabalho?

Unhas compridas: estilo ou risco para a sua saúde no trabalho?

Bernardo Abreu Fisioterapeuta na Fisiomanual em Aveiro
Bernardo Abreu, Fisioterapeuta na Fisiomanual, em Aveiro

Embora muitas vezes negligenciado, o comprimento das unhas pode ter impacto direto na saúde musculoesquelética de trabalhadores que realizam tarefas manuais repetitivas ou de precisão, como escrever ao computador, montagem, atendimento em saúde ou trabalhos laboratoriais.

Estudos científicos recentes revelam que unhas demasiado compridas podem alterar a forma como utilizamos as mãos no dia a dia. Afetam a força da preensão, dificultam a escrita ao computador e até modificam a postura dos dedos e dos punhos. Com o tempo, estes pequenos ajustes podem transformar-se em problemas maiores, como dores crónicas, tendinites ou a conhecida síndrome do túnel cárpico.

Fisioterapia em Aveiro na Fisiomanual Fisioterapia em Aveiro na Fisiomanual Fisioterapia em Aveiro na Fisiomanual

Em profissões que exigem movimentos repetitivos ou de precisão — como escrever ao computador, utilizar ferramentas, manipular objetos pequenos ou cuidar de pacientes — o impacto é ainda mais significativo. Um estudo publicado no Journal of Hand Therapy mostrou que, a partir de 1 centímetro para além da ponta do dedo, as unhas começam a limitar a flexão natural dos dedos e a reduzir o desempenho em tarefas manuais.

Além da questão ergonómica, unhas muito compridas também aumentam o risco de infeções
(especialmente em ambientes hospitalares) e de acidentes simples, como prender a unha
numa superfície ou ferramenta — o que pode provocar movimentos bruscos e lesões
inesperadas devido a mecanismos de proteção.

Mas nem tudo são más notícias. Um outro estudo descobriu que unhas com cerca de 0,2 centímetros para além da ponta do dedo podem, na verdade, melhorar a destreza em tarefas finas, uma vez que a sensibilidade no ápice digital aumenta, facilitando a manipulação de objetos pequenos. Ou seja, existe um ponto de equilíbrio entre funcionalidade e estética.

Apesar de não haver estudos de grande escala que liguem diretamente o comprimento das unhas à incidência de lesões musculoesqueléticas no trabalho, as evidências sugerem que manter as unhas em um comprimento funcional — até 0,5 cm além da ponta dos dedos — pode ajudar a preservar a postura natural das mãos, melhorar a performance e reduzir riscos.

Cuidar da saúde no trabalho pode começar por um detalhe tão simples quanto… cortar as unhas.

Referências:

Jansen, C. W. S., Patterson, R., & Viegas, S. F. (2000). Effects of fingernail length on finger and
hand performance. Journal of Hand Therapy, 13(3), 211–217. https://doi.org/10.1016/S0894-1130(00)80004-6

Juma, H., Welsh, S., Reis, C., Reis, H., Gaio, J., & Welsh, S. (2017). Occupational Risk of Upper Extremity Injury due to Extended Fingernails in Clerical Workers. 8(06), 329–332.

Shirato, R., Abe, A., Tsuchiya, H., & Honda, M. (2017). Effect of fingernail length on the hand dexterity. Journal of Physical Therapy Science, 29(11), 1914–1919. https://doi.org/10.1589/jpts.29.1914

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